Hans Christian Andersen
- Nasceu: 1805 (Odense, Dinamarca).
- Morreu: 1875 (aos 70 anos) em Copenhagen, Dinamarca.
Infância pobre e bullying na adolescência
Hans Christian Andersen foi um escritor, autor, poeta e artista dinamarquês consagrado. Publicou várias obras ao longo de sua vida, mas ficou famoso mesmo por seus contos de fadas, histórias e aventuras voltados para o público infantojuvenil. Seus livros foram traduzidos para muitos idiomas. Seus contos foram adaptados aos palcos e às telas de cinema, principalmente através da Disney.
Andersen contextualizava nos contos de fadas fragmentos do mundo real através de seus personagens. Ele tinha a habilidade de poetizar as mais tristes histórias, deixando-as com um aspecto sensível e puro. (Veja a explicação da história da Pequena Sereia no final desse post)
Seus contos mais conhecidos são:
- A pequena sereia (que inspirou Disney a criar a famosa personagem)
- A roupa nova do rei
- O patinho feio
- O soldadinho de chumbo
- O rouxinol
- A pequena vendedora de fósforos
- A rainha da neve (que inspirou o filme Frozen)
Infância pobre e bullying na adolescência
Andersen teve uma infância muito pobre. Recebeu educação básica e teve que se sustentar, trabalhando como aprendiz de tecelão e depois, de alfaiate.
Era considerado um menino “diferente” dos outros. Era alto demais, desengonçado e bastante afeminado. Enquanto seus amigos brincavam na rua, ele ficava em casa confeccionando indumentárias para as bonecas de seu teatro de marionetes. Nessa época, sofreu muito bullying e disse que seus anos na escola foram os mais sombrios e amargos de sua vida. Quando morou na casa de um professor, foi abusado e informado que o crime foi feito para tentar “endireitá-lo”, o que resultou em uma profunda depressão.
Aos 14 anos, fugiu para Copenhagen em busca de emprego. Foi aceito no Teatro Real da Dinamarca, tornando-se ator, corista, bailarino e autor. O diretor do teatro, Jonas Collin, tinha grande afeição por Andersen e conseguiu que o rei Frederico VI da Dinamarca pagasse parte da educação do jovem. Porém, a maior parte dos estudos de Andersen foi financiada pelo próprio Jonas Collin.
Vida Amorosa
A vida íntima das pessoas não é da conta de ninguém. Mas, no caso de Andersen, tiveram até estudos acadêmicos com a finalidade de relacionar a vida amorosa do autor com suas obras. A verdade é que Andersen sempre recheou seus contos com detalhes da sua perturbada vida pessoal. Ele era considerado um contador de histórias de alma triste. E algumas obras possuem claramente uma perspectiva de leitura melancólica e homossexual. (Veja a explicação da história da Pequena Sereia no final desse post)
A orientação sexual de Andersen sempre foi motivo de controvérsia entre os estudiosos da sua biografia. Alguns não afirmam com certeza se ele era de fato homossexual. Outros defendem que Andersen se apaixonou tanto por mulheres quanto por homens, apesar de que isso seria totalmente contrário à sua moral e seus costumes religiosos.
Porém, Andersen também se apaixonou por mulheres impossíveis de serem conquistadas. Muitas de suas histórias podem ser interpretadas como referências a essas desilusões amorosas. O caso mais famoso foi com a cantora Jenny Lind. O conto "O Rouxinol" foi uma alusão pela sua paixão por Lind, que via Andersen apenas como um irmão.
Acadêmicos defendem que Andersen teria vivido tórridos amores por homens, citando Edvard Collin (filho do seu tutor Jonas Collin), Harald Scharff - que era bailarino (o conto "The Snowman" foi baseado nesse relacionamento), e Carl Alexander, um jovem príncipe alemão.
Um Ávido Viajante
Aos 28 anos de idade, Andersen recebeu uma pequena bolsa de viagens dada pelo rei da Dinamarca. Isso permitiu que ele partisse para a primeira de muitas outras viagens pela Europa que ele ainda faria.
Andersen era um ávido viajante. Suas jornadas eram fascinantes e essenciais para sua vida. Ele registrava tudo meticulosamente. Essas narrativas de viagens foram posteriormente editadas e publicadas como livros, em um valioso testemunho das suas explorações e descobertas, proporcionando aos leitores uma visão envolvente e detalhada de cada local que ele visitou.
Eu já estive em algumas dessas cidades... Por exemplo, Bratislava, a capital da Eslováquia.
Quando Andersen visitou Bratislava, ele se encantou pela cidade. Ele a chamou de “A cidade dos contos de fadas”. Por isso, em sua homenagem, há uma estátua de bronze na praça Hviezdoslavovo, feita pelo artista Tibor Bartfary,erguida no ano de 2006.
Ao redor da estátua estão esculpidos personagens de seus contos, incluindo Ole Lukoye (sentado em seu ombro esquerdo), O Rei Nu, O Rouxinol, O Soldadinho de Chumbo e Os Cisnes Selvagens. Aos pés do escritor tem um caracol, personagem de "O Caracol e a Rosa", conto que Andersen escreveu durante a sua visita à Bratislava.
A estátua mostra Andersen com aparência triste, retratando o momento em que ele se encontrava na ocasião: ele viajou para Bratislava um dia depois de se separar de Edward Collin, com quem teve uma relação pessoal durante anos. A estátua retrata um contador de histórias com seus dedos tensos e sensíveis representando sua alma triste.
Em frente à estátua, fica a Sorveteria Andersen. Não perdi a oportunidade e escolhi logo um sabor para continuar meu passeio por Bratislava feliz e sorridente, como se eu fosse uma das personagens dos seus contos de fadassss...
De volta à Copenhagen
Aos 40 anos de idade e depois de tantas viagens, Andersen voltou a fixar morada em Copenhagen. Durante 19 anos da sua vida (de 1845 à 1864), ele viveu em uma casa no Canal Nyhavn, no número 67.
Hoje, nesse mesmo endereço, funciona um restaurante muito charmoso que leva o nome do escritor. Quando eu estive em Copenhagen, reservei um dia para almoçar lá.
O Canal Nyhavn é um lugar muito bonito, cheio de casas coloridas. É um ponto turístico bastante visitado em Copenhagen → Clique Aqui para ver
H.C. Andersens Cafe
A Estátua da Pequena Sereia
Quando a gente busca informações turísticas sobre a cidade de Copenhagen (capital da Dinamarca), a primeira coisa que aparece é a famosa estátua da sereia.
A escultura foi inspirada no conto de fadas de Andersen, "A Pequena Sereia". A estátua fica sobre uma pequena rocha na água. É feita de bronze e mede apenas 1,25 metros. É uma obra de 1913 do artista Edvard Eriksen.
A estátua foi um presente do produtor de cerveja dinamarquês Carl Jacobsen à cidade de Copenhagen. Carl se apaixonou pela personagem depois de assistir a uma apresentação de balé baseada no conto de fadas no Teatro Real em Copenhagen. Ele saiu do teatro tão fascinado, que encomendou a Edvard Eriksen uma escultura de sereia. A esposa do escultor, Eline Eriksen, foi a modelo que posou para o artista.
INSPIRAÇÃO DA DISNEY
A história conta que, todas as manhãs e noites, uma sereia nadava do fundo do mar à superfície, sentava-se em sua rocha na água, olhando ansiosa para a margem na esperança de ver seu amado príncipe. Ela precisaria abrir mão de muitas coisas para viver em terra com o belo jovem.
PORÉM...
Na versão original de Andersen, a sereia nunca conseguiu ficar com o amor dela. No final, ela morre por ele, enquanto ele acaba se casando com outra moça.
Há muitos críticos literários que estudaram à fundo as obras de Andersen. Eles estabeleceram relações entre o momento pessoal que o autor vivia e a época que ele escrevia suas histórias, decifrando as entrelinhas e interpretando as mensagens subliminares que existem por trás de cada Conto.
A história da Pequena Sereia é praticamente uma alusão do amor homossexual que Andersen sentia. Representa a tristeza de saber que nunca poderia ficar/casar com quem ele realmente amava. A transição na qual Ariel se submete na história (de sereia para humana) é o que muitos homossexuais precisam fazer para mascarar quem realmente são.
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Morte
No início de 1872, aos 67 anos, Andersen começou a ter sinais de câncer de fígado. Logo depois, caiu da cama e ficou gravemente ferido. Ele nunca se recuperou totalmente dos ferimentos. Ele morreu em 4 de agosto de 1875, aos 70 anos de idade.
Na época de sua morte, Andersen era reverenciado na Dinamarca e internacionalmente. O funeral foi na Catedral de Copenhagen. Seu corpo está enterrado na cidade, no cemitério Frederiksbergs ældre kirkegaard, no jazigo da família Collins.
Ana Cassiano
Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.