Porsche Museu e História
- A História da Porsche
- Porsche, Nazismo e a Segunda Guerra Mundial
- O Fusca
- De pai para filho, a era Ferry Porsche
- O significado do brasão da Porsche
- Relação da Porsche, Volkswagen e Audi
O Museu da Porsche fica no mesmo lugar da fábrica e da sede da montadora. É um lugar icônico para os admiradores:
- Endereço: Porscheplatz 1 – Zuffenhausen Stuttgart
- O museu fica a 8 Km ao norte do centro de Stuttgart. Dá para chegar facilmente de transporte público. Há uma estação de metrô bem na frente (Estação Neuwirtshaus/Porscheplatz)
- Horário de Funcionamento: Terça a domingo das 9h às 18h
- Preço: 8 euros
- Site oficial clique aqui
A Porsche é uma fábrica de automóveis alemã com sede em Stuttgart no bairro de Zuffenhausen. É uma famosa marca de carros esportivos, impressionantes e fascinantes.
Em 2009, a Porsche abriu um imponente museu, merecedor da sua reputação. Com um edifício de arquitetura moderna e espetacular, o museu reflete a autenticidade da marca.
A experiência do visitante começa logo na entrada do prédio. Tem um vão aberto bem alto com espelhos no teto que refletem os carros em exposição que ficam estacionados ali.
Na praça à frente, tem uma enorme e impressionante escultura com 3 carros da Porsche fixados nas suas extremidades.
Ao entrar no prédio, os visitantes desfrutam de uma experiência única sobre a história da
Também ficam expostos impressionantes peças e acessórios. Há uma homenagem ao seu criador, Ferdinand Porsche e ao seu filho Ferry, que tocou a empresa depois da morte do pai. Outra coisa incrível, atrás de um painel de vidro, os visitantes podem ver carros clássicos sendo restaurados, ou os mais novos sendo modificados para corridas. Além disso, todos os anos, o museu exibe várias exposições especiais sobre temas em torno da marca.
Em 2004, eu e minha família visitamos o Museu da Porsche pela primeira vez. Ele era bem mais modesto, funcionava provisoriamente dentro de containers. Apesar de provisório, o museu já exercia pleno fascínio nos visitantes, expondo carros clássicos, históricos e lendários.
Antigo Museu da Porsche, 2004.
A História da Porsche
A Porsche nasceu em 1931 como um escritório de design fundado em Stuttgart por Ferdinand Porsche e seu filho Ferry. Mas antes de fundar a marca, Ferdinand já era muito conhecido pelos seus projetos que fez quando trabalhava para outras marcas.
Ferdinand Porsche foi um engenheiro automotivo, famoso pelos projetos inovadores, como os carros elétricos e híbridos por exemplo. Também esteve bem envolvido com a indústria bélica de guerra. Ao lado de seu filho e de sua equipe, fundou a Porsche como marca.
1875 → Ferdinand nasceu na República Tcheca. Depois se naturalizou austríaco e depois alemão.
Desde jovem, seu extraordinário talento técnico era evidente. Na Áustria, frequentou aulas teóricas na Universidade de Viena (sem estar matriculado), e depois disso, não frequentou nenhuma instituição de ensino superior.
1893 → Aos 18 anos, Porsche começou a trabalhar na fabricante de motores elétricos B.Egger & Co, em Viena. Durante esse tempo, ele projetou o motor elétrico do cubo de roda, para o qual ele solicitou uma patente em 1896.
1899 → Porsche foi trabalhar na Lohner, também em Viena, empresa que produzia vagões e carruagens de luxo. Lá, Porsche construiu seu primeiro carro elétrico e o primeiro veículo do mundo com tração nas 4 rodas, o Lohner-Porsche, chamado de "Carruagem Elétrica".
O Lohner-Porsche de 1899, que foi chamado de "Carruagem Elétrica".
1902 → Porsche construiu o primeiro veículo híbrido do mundo.
1903 → Com 28 anos de idade, se casou e teve um casal de filhos, Louise e Ferry.
1906 a 1910 → Porsche foi trabalhar na empresa Austro-Daimler, montadora austro-húngara subsidiária da alemã Daimler-Motoren-Gesellschaft. Lá, esteve envolvido no desenvolvimento de carros de passeio, motores de aeronaves e carros esportivos. Em 1908, surgiram seus primeiros motores de aeronaves para dirigíveis e aviões. Em 1910, juntamente com Heinrich Schönfeld, ele ganhou uma competição de carros, a “Prinz-Heinrich-Fahrt”, com o carro Austro-Daimler que ele havia projetado, e que ele mesmo dirigiu.
O Austro-Daimler, 1910.
1914 a 1918 → Durante a Primeira Guerra Mundial, Porsche trabalhou como diretor de uma fábrica de armamentos e projetou o Trem Elétrico.
1922 → Após a Primeira Guerra Mundial, Porsche construiu o carro esportivo Sascha de dois lugares, que ganhou a "Targa Florio", corrida de longa distância em estradas montanhosas na Sicília (Itália). Em 1923, ele deixou a Austro-Daimler depois do conselho cortar drasticamente os fundos para o departamento de carros de corrida.
Austro-Daimler Sascha de 1922, exposto no Museu da Porsche em Stuttgart.
1923 a 1930 → Ferdnand Porsche mudou-se para Stuttgart para trabalhar na Daimler-Motoren-Gesellschaft (DMG). Lá, projetou conhecidos modelos de carros esportivos para a Mercedes-Benz. Em 1926, a tensa situação econômica na Alemanha forçou a Daimler-Motoren-Gesellschaft e a Benz a se fundirem, formando uma nova empresa, a Daimler-Benz. Com essa fusão, Porsche ficou bem enfraquecido e em 1928, seu contrato de trabalho não foi renovado. Desde então, uma disputa legal se seguiu. O processo só foi encerrado em 1930 com um acordo entre as partes.
Mercedes-Benz (Nürburg 460) construído em 1929.
1931 → A empresa Porsche foi fundada! Depois da confusão com a Daimler-Benz, Ferdinand Porsche criou a sua própria empresa. A Porsche nasceu como um escritório de design com sede em Stuttgart. No mesmo ano, o escritório recebeu sua primeira encomenda: desenvolveu um pequeno carro (Porsche Type 12) para a montadora Zündapp de Nuremberg. OBS: A contagem de desenvolvimentos da Porsche começou com o número 7 (e não com o nº1) para criar maior confiança na jovem empresa entre os clientes.
Réplica do Porsche Type 12, feito pela montadora Zündapp de Nuremberg, o 1º projeto da marca Porsche como empresa, 1931.
Porsche, Nazismo e a Segunda Guerra Mundial
1934 → A Porsche foi contratada para projetar "o carro do povo alemão", o Fusca. Por insistência de Hitler, Ferdinand Porsche renunciou à cidadania tchecoslovaca e adotou a cidadania alemã.
1937 → Porsche se tornou membro do Partido Nazista. Como engenheiro favorito de Hitler e Himmler, usou todas as vantagens oferecidas a ele por causa dessa proximidade. Com grande lealdade, usou suas habilidades a favor da política de guerra nazista. Recebeu vários prêmios e honrarias das mãos do próprio Hitler. Uma curiosidade é que ele nunca se vestiu como um nazista. Ele sempre se vestiu como um civil.
1938 → Além de cuidar da sua própria empresa, Ferdinand Porsche também foi Diretor e membro do Conselho da Volkswagen, garantindo que a Porsche sempre recebesse contratos lucrativos vindos dessa montadora.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), Porsche estava fortemente envolvido com a indústria bélica. Tanto que converteu a fábrica da Volkswagen para a produção de armamentos. Porsche projetou o “Tiger”, um dos melhores tanques de guerra da história.
O tanque de guerra "Tiger", 1942.
1940 → Porsche foi nomeado professor honorário na Universidade Técnica de Stuttgart e de Viena.
Ferdinand Porsche em 1940, aos 65 anos.
1941 → Porsche foi um dos primeiros líderes empresariais a solicitar prisioneiros de guerra vindos de campos de concentração para trabalhar em suas fábricas. Cerca de 20.000 pessoas – dois terços de todos os que trabalhavam na fábrica da Volkswagen durante a Segunda Guerra Mundial – eram trabalhadores forçados. Muitos prisioneiros de guerra morreram em Wolfsburg.
1947 → No final da Segunda Guerra Mundial, Ferdinand Porsche e seu filho Ferry foram presos na França. Depois de 22 meses, foram absolvidos por não serem considerados responsáveis pelas supostas contravenções e crimes de guerra. Ferry Porsche assumiu a presidência da empresa enquanto ele ainda estava sendo julgado. Com a absolvição, Ferry foi capaz de continuar o negócio, e também pagar a fiança para soltar seu pai e sua irmã Louise.
1949 → Porsche preencheu um formulário e deu entrada no seu processo de desnazificação.
**Em 1999, um polonês de 74 anos que havia realizado trabalhos forçados na Porsche de 1942 a 1945, entrou com um processo pedindo indenização. A princípio, a Porsche se recusou a pagar. No entanto, depois que o processo foi rejeitado pelo Tribunal Regional de Stuttgart, a Porsche se juntou à Fundação Iniciativa da Economia Alemã, que tinha o objetivo de compensar trabalhadores forçados com um fundo bilionário. Além disso, a empresa comprometeu-se a indemnizar todas as pessoas que pudessem provar o seu trabalho forçado. Naquela época, 5 pessoas haviam se registrado como ex-trabalhadores forçados na Porsche.
O Fusca
Em 1933, Hitler havia chegado ao poder na Alemanha. Ele estava focado na modernização do país e na recuperação da economia. Entusiasta por carros desde a juventude, leu sobre Henry Ford nos tempos em que esteve preso. A Alemanha estava assolada por uma dura recessão e tinha um dos piores índices de motorização da Europa. A maioria de suas fábricas era especializada em carros de luxo, montados à mão, e ainda muito caros.
Depois que visitou o Salão Internacional do Automóvel de Berlim, Hitler viu com bons olhos a ideia de um “carro do povo”, feito por trabalhadores alemães, com preço acessível e rodando em grande número por todo o país através das suas recém-inauguradas estradas (Autobahns). O carro do povo se tornou a plataforma política perfeita para o partido de Hitler e uma forma eficiente de propaganda nazista.
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Volkswagen, em alemão, significa carro do povo. (Volks=do Povo) (Wagen=Carro)
Decidido a financiar uma empresa estatal para produzir os automóveis (a Volkswagen), Hitler encomendou o projeto do carro. Três opções lhe foram oferecidas pelos engenheiros Josef Ganz, Edmund Rumpler e Ferdinand Porsche. Os dois primeiros eram judeus, e obviamente não agradaram a Hitler. Já Porsche era famoso pelo seu trabalho na Daimler, carros dos quais Hitler gostava, e também era amigo de Jacob Werlin, assessor de assuntos automotivos de Hitler. Em meados de 1933, Werlin, que conhecia Porsche dos tempos da Daimler-Benz, intermediou o encontro de Porsche com Hitler.
Em 1934, no encontro com Ferdinand Porsche, Hitler tinha uma lista de exigências sobre o projeto do carro:
- O carro deveria ter a capacidade de carregar dois adultos e três crianças (uma típica família alemã da época), ou três soldados e uma metralhadora;
- O preço deveria ser o menor possível, acessível para que os alemães pudessem comprar;
- Deveria alcançar e manter a velocidade média de 100 km/h;
- O consumo de combustível não deveria ser maior que 13 km/litro (devido à pouca disponibilidade de combustível na época);
- O motor deveria ser refrigerado "a ar" (não "a água"). Isso por causa do frio, pois a água congela no motor.
- Hitler pediu um motor a diesel e na dianteira. Isso Porsche não obedeceu. O Fusca foi feito com motor traseiro e a gasolina.
Para executar o projeto, Porsche contou com uma equipe e seu filho Ferry fazia parte dela. As dificuldades técnicas eram grandes. Fabricar um carro pequeno que tivesse o desempenho e as especificações exigidas por Hitler era um desafio. Foi preciso desenvolver novas tecnologias, principalmente relacionadas ao motor. Partiram do protótipo do Type 12 (de 1931) primeiro carro projetado pela Porsche, depois usaram o Type 60 e evoluíram até chegar no motor de quatro cilindros. A suspensão era resistente, por barras de torção, e a carroceria era sólida, o que reforçava a ideia de um carro popular durável.
Beetle ou Käfer: Um Besouro!
A carroceria com chapas de metal curvado, deixando o capô dianteiro curto e a traseira "corcunda", acabou dando ao carro um aspecto característico de "besouro". Por isso, o Fusca foi chamado de Beetle (em inglês) e Käfer (em alemão).
Em 1938, foi fundada a Volkswagen, montadora estatal responsável por produzir o Fusca. A fábrica foi implantada na cidade de Wolfsburg. No dia da inauguração, Hitler estava presente.
Kdf-Wagen
A Volkswagen era parte integrante do Deutsches Arbeiter Front (DAF), ou "Frente Alemã de Trabalho", que era uma organização nazista custeada por trabalhadores e empregadores. Dentro da DAF havia uma seção chamada kdf - "Kraft durch Freude" (Força pela Alegria), que ficou responsável pelo sistema de vendas do carro. Então, o carro foi batizado oficialmente de KdF-wagen.
Em 1939, a Volkswagen interrompeu a produção do Fusca por causa da Segunda Guerra Mundial. Como consequência da guerra, a produção da fábrica foi adaptada para veículos militares, alguns inclusive projetados por Ferdinand Porsche. Por causa da guerra, até 1944 apenas 640 Fuscas foram produzidos, e todos foram distribuídos entre a elite do partido nazista. Esses exemplares também foram chamados de VW Type1. (** VW Type2 era a Kombi, só inventada décadas depois).
Após a guerra, a Alemanha foi dividida em zonas que ficaram sob controle dos aliados. A zona que ficava a fábrica da Volkswagen (Wolfsburg) foi controlada pelos britânicos. O comando da fábrica ficou nas mãos do Major Ivan Hirst, que se tornaria um apaixonado pelo Fusca.
Os britânicos, sem saberem exatamente o que fazer com a fábrica, acabaram por reativar a produção em agosto de 1945, para produzir carros para as forças de ocupação e para o serviço público alemão. Apesar dos intensos bombardeios sofridos pela fábrica durante a guerra, grande parte das ferramentas haviam sido movidas para os porões, tornando a retomada da produção relativamente simples. Datam deste período algumas variações interessantes, como pick-ups e furgões, utilizadas em serviços públicos como hospitais e correios.
No entanto, os britânicos não desejavam administrar para sempre a fábrica e tinham de encontrar uma forma de devolvê-la para o governo alemão. A solução foi chamar o antigo dirigente da RDA, Heinz Nordhoff, para assumir a fábrica, que ficou no cargo até sua morte em 1968. Logo Nordhoff percebeu que a única forma de expandir a fábrica, e gerar importantes empregos para os alemães no pós-guerra, era exportar os Fuscas, particularmente para os Estados Unidos. Lá, o Fusca se tornou uma paixão, mesmo sem muita propaganda, que era feita de boca a boca. A fama de "indestrutível" do carro começou a se disseminar, ajudada pela mecânica simples (menos coisas para dar errado), pela oferta e esquema de distribuição de peças sobressalentes e, principalmente, pelo marketing da Volkswagen, que soube capitalizar sobre a fama de "carro resistente".
Logo o Fusca dominou sua fatia de mercado na maioria dos lugares onde foi lançado, ajudado pela precariedade dos concorrentes diretos e pelo boom de crescimento dos países vitoriosos na Segunda Guerra, principalmente os Estados Unidos. O sucesso do Fusca evidentemente colocou a Volkswagen em posição privilegiada. No final da década de 1950, o Fusca se mostrava uma aposta certeira que se expandia rapidamente para outros países (chegou no Brasil, por exemplo, em 1957).
Até então nenhum outro veículo havia conseguido superar as vendas do Fusca. A sua popularidade só aumentava, e em 1973 atingiu o auge da produção, superando o recorde do Ford T, ao comemorar a produção de 15 milhões de unidades.
Porém, o extenso know-how em motores refrigerados "a água" das montadoras concorrentes fez a Volkswagen repensar e renovar sua linha, garantindo o futuro da empresa após o fim da era "a ar". A rápida mudança nas preferências dos consumidores em relação aos carros compactos com tração dianteira na Europa levou à mudança gradual da Volkswagen. Outros carros foram sendo desenvolvidos e a produção do Fusca começou a cair, sendo encerrada na década de 1980 em todo o mundo, menos no México, onde sua aceitação entre os taxistas deu-lhe uma sobrevida surpreendente. Porém, novas leis de emissão de gases mexicanas decretaram o fim do carro em 2003, e o último carro produzido foi enviado para o museu em Wolfsburg.
O Fusca foi produzido de 1938 a 2003. O último exemplar marcou o fim da longa produção de 65 anos do Fusca, durante a qual foram fabricados quase 22 milhões de unidades, números que fazem dele o modelo único mais produzido do mundo. (*** Em 2002, o VW Golf superou o Fusca em número de vendas). O Fusca, nos dias de hoje, se tornou um clássico por colecionadores e aficionados, que pagam caro para ter um exemplar. Quanto mais antigo, melhor.
Curiosidade
Os primeiros carros da Porsche vieram do Fusca! O Type 12 (1931) primeiro carro projetado pela Porsche, evoluiu para o Fusca (1934), e em 1948, Ferry Porsche pegou a base do Fusca, melhorou o motor, redesenhou a carroceria e disso nasceu o Porsche 356, o 1º carro Porsche "Porsche" mesmo, projetado e produzido pela montadora. (*Antes disso, os carros anteriores eram apenas protótipos encomendados, projetados pela Porsche mas produzidos por outras montadoras).
O Porsche 356 produzido em 1948, tinha a grande maioria das peças utilizadas no Fusca, tais como motorização traseira com refrigeração a ar. Mais tarde, o 356 viria a ser totalmente construído a partir de peças Porsche.
De pai para filho, a era Ferry Porsche
Em 1951, o fundador Ferdinand Porsche sofreu um derrame cerebral e morreu em Stuttgart, aos 76 anos. Seu túmulo está localizado em Zell na See na Áustria. Após a morte de Ferdinand Porsche, seu filho Ferry Porsche (na época com 42 anos) assumiu a empresa. Ele herdou metade das ações, e transformou o então escritório de design em uma montadora de automóveis, a Porsche que conhecemos hoje. Sua irmã Louise, casada com Anton Piëch, herdou a outra metade das ações.
Ferry Porsche, 1954.
Ferry Porsche nasceu em 1909 na Áustria, mas viveu principalmente em Stuttgart. Depois de se formar no ensino médio, ele fez um estágio na Bosch e, em seguida, recebeu aulas particulares de tecnologia automotiva. Em 1931, quando a Porsche Design foi fundada, Ferry começou a trabalhar com seu pai. Ele tinha apenas 22 anos. Trabalharam juntos em vários projetos, inclusive Ferry teve participação importante no protótipo do Fusca-Kdf em 1934. Ao longo da sua carreira, ele ocupou vários cargos na Volkswagen e no Grupo Porsche. Com Ferry à frente dos negócios, muitos carros icônicos da Porsche foram criados.
O 1º carro Porsche
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Ferry foi o responsável pelo primeiro carro da Porsche "Porsche" mesmo.
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O primeiro carro projetado e produzido pela Porsche foi o 356, criação de Ferry Porsche (1948/52). Os carros anteriores eram apenas protótipos encomendados, projetados pela Porsche mas produzidos por outras montadoras.
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A origem do Porsche 356 nasce desde 1931 com o Type 12, que evoluiu para o Fusca (1934), e finalmente em 1948, Ferry pegou a base do Fusca, melhorou o motor, redesenhou a carroceria e disso nasceu o Porsche 356.
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O Porsche 356 produzido em 1948, tinha a grande maioria das peças utilizadas no Fusca, tais como motorização traseira com refrigeração a ar. Mais tarde, o 356 viria a ser totalmente construído a partir de peças Porsche.
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O Porsche 356 foi o primeiro modelo a ostentar o brasão da marca (uma criação também de Ferry) que vinha fixado no volante.
O modelo 356 (1948/52) foi o primeiro carro projetado e produzido pela Porsche.
Ao longo da história da empresa, a ocupação de membros da família nas funções de gestão levou a disputas familiares em várias ocasiões. Então, Ferry Porsche e a irmã Louise Piëch decidiram em 1972 que nenhum membro da família deveria trabalhar na empresa depois deles. Com isso, os netos do fundador deixaram seus cargos e passaram a viver das ações que permaneceram de posse dos familiares. Ferry Porsche escolheu Ernst Fuhrmann para assumir como presidente do conselho da Porsche AG e tocar a empresa dali pra frente.
Até a década de 1980, a Porsche se afirmou com sucesso no mercado de carros esportivos. No final da década de 1980, a Porsche enfrentou dificuldades financeiras, particularmente como resultado de uma queda acentuada na taxa de câmbio do dólar. A gestão foi reestruturada e a gama de produtos ampliada. Em 1995, os lucros voltaram a crescer e a empresa transformou-se no fabricante de automóveis mais rentável do mundo e no maior contribuinte (pagador de impostos) de Stuttgart.
Em 1997, é lançado o primeiro motor produzido pela Porsche com refrigeração a água. Até então, a Porsche utilizava a refrigeração a ar, que fora os Porsche só era utilizada pela Kombi, uma herança do motor baseado no Fusca, que era utilizado desde os primeiros Porsches construídos.
Ferry Porsche morreu de velhice em 1998, aos 88 anos, na sua fazenda em Zell am See na Áustria, onde está enterrado no túmulo da família.
A Porsche foi muito bem sucedida no ramo das corridas. A utilização de um motor com refrigeração a ar e localização traseira foi desde o início, a principal característica da Porsche. A marca se destacou nas 24 Horas de Le Mans (19 vitórias), na Fórmula 1 (uma vitória em 1962, motores para a McLaren sob o selo TAG na década de 1980), no Targa Florio (11 vitórias) e no Rally Paris-Dakar com o modelo 959.
A partir de 2005, a Porsche expandiu sua participação na Volkswagen. Em 2012, a Volkswagen assumiu completamente a Porsche AG. Portanto, nos dias de hoje, a Porsche pertence ao Grupo Volkswagen.
Os veículos Porsche são atualmente (novembro de 2022) produzidos na fábrica principal de Stuttgart-Zuffenhausen (718, 911, Taycan), na fábrica de Leipzig (Macan, Panamera) e na fábrica da Volkswagen em Bratislava (Cayenne).
Com uma unidade de produção na Malásia, cuja construção foi decidida em agosto de 2021, a Porsche teve veículos (Porsche Cayenne) montados em métodos de produção CKD pela primeira vez fora da Europa desde a conclusão da fábrica em 2022. CKD é um método em que as partes do veículo são entregues no país importador e o carro é montado lá.
Até hoje, várias empresas do setor automotivo buscam assessoria da Porsche para o desenvolvimento de novos modelos e, principalmente, em relação a motores. Exemplos: Audi, Volkswagen, Open, Subaru, Seat, Lada, Daewoo, entre outros.
O significado do brasão da Porsche
O símbolo da Porsche é uma criação de Ferry Porsche, filho do fundador. Ele criou o icônico brasão após a morte do seu pai, em 1952.
O primeiro modelo a ostentar o brasão da marca foi o famoso Porsche 356, o primeiro carro a levar o nome "Porsche" mesmo. Os carros anteriores eram projetos encomendados, protótipos que foram produzidos por outras montadoras.
Os símbolos que compõem o brasão da Porsche mostram a importância da unidade de produção de Stuttgart-Zuffenhausen. O cavalo é o símbolo de Stuttgart, cujo nome de origem "Stutten garten" significava jardim de éguas.
O brasão da Porsche tem as cores da Alemanha (dourado, vermelho e preto), país da sede da montadora. E os 3 chifres de veado de cada lado estão presentes no brasão de armas do estado de Baden-Württemberg, estado em que Stuttgart é a capital.
Relação da Porsche, Volkswagen e Audi
A Porsche desenvolveu vários modelos de carros para a Volkswagen. Além disso, muitos carros da Porsche continham componentes produzidos pela Volkswagen.
Na década de 1990, a Porsche também produziu carros para a Audi que traziam características visíveis da Porsche, em regime de contrato para a subsidiária da Volkswagen.
Carros tanto da Porsche quanto da Volkswagen foram desenvolvidos pela Porsche com base em uma plataforma comum até 2002. Portanto, o chassi, os componentes elétricos e a carroceria eram praticamente idênticos.
A partir de 2005, a Porsche expandiu continuamente sua participação na Volkswagen. Em 2012, a Volkswagen assumiu completamente a Porsche AG. Portanto, nos dias de hoje, a Porsche pertence ao Grupo Volkswagen.
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Ana Cassiano
Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.